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A ONU Mulheres é a organização das Nações Unidas dedicada à igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres.

Brasil

Com apoio da ONU Mulheres, Bahia faz campanha contra a violência de gênero no Carnaval



02.02.2018


Neste ano, as ações da campanha #RespeitaAsMina serão ampliadas, incluindo hotéis, pousadas, hostels e albergues instalados no circuito Barra-Ondina e Pelourinho. Outra parceria de peso é com a Associação Baiana da Indústria de Hotéis (ABIH) para sensibilizar turistas sobre questões de violência de gênero e tráfico de mulheres

 

Com apoio da ONU Mulheres, Bahia faz campanha contra a violência de gênero no Carnaval/onu mulheres noticias igualdade de genero direitosdasmulheres carnaval

Campanha aborda diferenças entre paquera e assédio Imagem: SPM-BA/ONU Mulheres

 

“Cantada pode, assédio não. Olhar pode, constranger não. Na boa pode, à força não”. A diferença entre o assédio e a paquera saudável é o mote da campanha Respeita as Mina, criada pelo governo da Bahia para o Carnaval 2018. Iniciativa é da Secretaria estadual de Políticas para as Mulheres em parceria com a ONU Mulheres Brasil. Estratégia promoverá ações de conscientização e terá apoio do trio Respeita as Mina, puxado pelas baianas Pitty, Larissa Luz e Karina Buhr.

O objetivo da campanha é abordar, junto a homens e mulheres, uma das formas de violência mais frequentes durante a festa: o assédio. Para combater abusos, a iniciativa estimula o respeito à população do sexo feminino.

Em 2018, as ações da campanha Respeita as Mina serão ampliadas, incluindo hotéis, pousadas, hostels e albergues instalados no circuito Barra-Ondina e Pelourinho. A Secretaria de Políticas para as Mulheres firmou uma parceria com a Associação Baiana da Indústria de Hotéis (ABIH) visando sensibilizar turistas sobre questões de violência de gênero e tráfico de mulheres.

Pela primeira vez, a pasta estadual estará no circuito do Carnaval também com Unidades Móveis: uma será mantida em parceria com o Hospital da Mulher, no circuito Barra-Ondina, e outra em parceria com a Ronda Maria da Penha, na Praça Municipal. Equipes darão orientações às mulheres em situação de violência física e sexual, que deverão ser encaminhadas para postos de atendimento.

A estratégia de conscientização nos locais de chegada de visitantes — Rodoviária, Terminal de São Joaquim, Porto e Aeroporto de Salvador — está mantida, na capital e em cidades do interior que promovem o Carnaval, a exemplo de Porto Seguro.

As ações serão realizadas também nos blocos, principalmente os formados exclusivamente por homens, nos camarotes e nos portais de entrada de foliões, nos circuitos da folia. Nesses lugares, serão distribuídos materiais informativos com orientações sobre como proceder em caso de violência, onde denunciar ou buscar ajuda. Também serão distribuídas ventarolas, adesivos e tatuagens com as mensagens da campanha Respeita as Mina.

 

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Campanha aborda diferenças entre paquera e assédio Imagem: SPM-BA/ONU Mulheres

 

A Secretaria firma todos os anos uma parceria com a pasta da Segurança Pública e com a rede de atenção às mulheres, composta pela Defensoria Pública, Ministério Público, Ronda Maria da Penha, Tribunal de Justiça e Hospital da Mulher. A meta é garantir o acolhimento adequado e o atendimento mais rápido e humanizado a mulheres vítimas.

Equipes do organismo estadual de políticas para mulheres vão reforçar o apoio prestado na Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM) de Brotas, com equipes de psicóloga e assistente social a cada turno. A pasta também organizará visitas aos postos integrados das policias civil e militar localizados nos circuitos do Carnaval.

Violência no Carnaval – Em quatro dias de Carnaval, em 2017, a Central de Atendimento à Mulher — Ligue 180 registrou, em todo o país, 2.132 atendimentos a mulheres por diversos tipos de agressão. A violência física foi o principal motivo das ligações, somando 1.136 contatos. Em seguida, vem a violência psicológica, com 671 ligações. Depois, a violência sexual, com 109 ligações, a violência moral (95), cárcere privado (68), violência patrimonial (49) e tráfico de pessoas (quatro atendimentos).

Os atendimentos de casos de violência sexual tiveram um aumento de 87,93% em relação ao Carnaval de 2016. No ano retrasado, foram 58 denúncias recebidas pelo Ligue 180.

A violência contra as mulheres é uma das faces do machismo. Uma pesquisa divulgada pelo Instituto Data Popular, no Carnaval de 2016, mostrou que 61% dos homens acham que mulher solteira na folia não pode reclamar de cantada. O levantamento mostrou ainda que 49% dos entrevistados disseram que bloco de rua não é lugar para “mulher direita”. A campanha Respeita as Mina vai chamar atenção para o combate à cultura machista, reiterando que “lugar de mulher é onde ela quiser”.

Trio Respeita as Mina – Pelo segundo ano, o trio Respeita as Mina se somará à campanha da Secretaria na luta contra o machismo e pela igualdade de gênero. O trio levará para a avenida um repertório marcadamente rock’n roll, com homenagens a mulheres importantes para a difusão do gênero musical. O “Trio das Mina” sairá na segunda-feira de Carnaval (12/2), no circuito Osmar (Campo Grande). A iniciativa é do governo do estado em parceria com a Maré Produções Culturais, com patrocínio da Bahiagás e da Bahiatursa.

No sábado de Carnaval (10/2), Larissa Luz fará um show na Casa Skol, que vai se transformar na Casa das Mina durante a apresentação da cantora baiana, com participação também das artistas Pitty e Karina Buhr. A apresentação é uma prévia do que o trio de mulheres mostrará na avenida ao longo do percurso no centro da cidade. Durante o show, a Secretaria fará uma ação especial de sensibilização com os foliões da casa, que poderão tirar fotos em um totem da campanha Respeita as Mina.

A campanha inclui também ações e peças publicitárias, que abordam de maneira lúdica e divertida a diferença entre assédio e paquera, buscando estimular a alegria e a descontração durante a folia.

Hospital da Mulher – Inaugurado há pouco mais de um ano pelo governo estadual, o Hospital da Mulher conta com equipe especializada e toda a estrutura necessária para o atendimento a mulheres vítimas de violência. Nesses casos, o hospital mantém um atendimento 24 horas, por demanda espontânea, para os casos de violência sexual. As mulheres que chegarem ao hospital serão acolhidas e receberão atendimento para profilaxia pós-exposição a DSTs/HIV.