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A ONU Mulheres é a organização das Nações Unidas dedicada à igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres.

Brasil

Em parceria com a ONU e governo brasileiro, programete de rádio “Viva Maria com Saúde discute direitos das mulheres na epidemia do zika vírus



07.03.2016


Com quase 35 anos de trajetória, o programa Viva Maria, apresentado pela jornalista Mara Régia, passa a ter duas edições extras por semana – nas quartas e sexta-feiras. Conteúdos são oferecidos para mais de 2.000 emissoras de rádio com distribução de conteúdos pela Radioagência

Ouça aqui as entrevistas:
Luiza Carvalho (diretora regional da ONU Mulheres para Américas e Caribe)
Emanuele Góes (enfermeira e integrante da Articulação de Mulheres Negras Brasileiras)

 

As ondas do rádio estão propagando mais informação sobre saúde e direitos das mulheres devido à epidemia de zika vírus. Com quase 35 anos de trajetória, o programa Viva Maria, apresentado pela jornalista Mara Régia, tem duas edições extras por semana – nas quartas e sexta-feiras acrescidas de reprises nas segundas-feiras -, inaugurando o programete Viva Maria com Saúde. Veiculados na Rádio Nacional da Amazônia, os programetes são distribuídos pela Radioagência, que oferece conteúdos para mais de 2.000 emissoras de rádio do país.

A iniciativa se iniciou em 2 de março, como resultado de parceria entre a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), ONU Mulheres Brasil, Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres do Ministério das Mulheres, Igualdade Racial, Juventude e Direitos Humanos, sobre saúde das mulheres em tempos de crise sanitária provocada pelo aedes aegypti.

A primeira entrevistada do Viva Maria com Saúde foi a diretora regional da ONU Mulheres para Américas e Caribe, Luiza Carvalho. Na entrevista, ela chamou a atenção que a resposta à epidemia deve adotar o empoderamento das mulheres como princípio. “Mais do que nunca nós temos de contar com os serviços de saúde disponíveis, para dar informação correta e aconselhamento, mas também a uma gama de direitos. As mulheres têm de ter, acima de tudo, o direito de optar qualquer que seja a sua decisão, ter condições mínimas de tomar decisão livre de qualquer estigma, preconceito e pressão social”, disse.

 

Em parceria com a ONU e governo brasileiro, programete de rádio “Viva Maria com Saúde discute direitos das mulheres na epidemia do zika vírus/

Para Luiza Caravalho, “as mulheres têm de ter, acima de tudo, o direito de optar qualquer que seja a sua decisão, ter condições mínimas de tomar decisão livre de qualquer estigma, preconceito e pressão social”

 

Na entrevista, a diretora frisou a importância da distribuição de métodos contraceptivos. “Observamos que há boa vontade e universalização do serviço de saúde no Brasil. Tem que estar lá a pílula de emergência [pílula do dia seguinte], métodos contraceptivos, informação e aconselhamento. Observamos que é preciso ter esses reforços”, considerou.

A diretora falou, ainda, sobre o impacto social na vida das mulheres, provocado pelas doenças transmitidas pelo aedes aegypti: dengue, chikunguya e zika. Segundo ela, nas pessoas em que as enfermidades são mais brandas, há um custo que precisa ser avaliado, pois “pode tirar a pessoa, duas a três semanas, do seu trabalho, impedir o cuidado do seu grupo familiar e que não participe de movimentações sociais e organizações comunitárias”, completou.

Vulnerabilidade das mulheres negras – A segunda entrevista da semana foi com a enfermeira Emanuele Goés, integrante da Articulação de Mulheres Negras Brasileiras. Moradora de Salvador, a profissional comentou que a Bahia registrou os primeiros casos. Desde o início da epidemia, em outubro de 2015, há 34 mil notificações de zika vírus, sendo 65% de mulheres.

“A gente precisa pensar onde as mulheres negras estão inseridas, a exemplo do em saneamento básico e saúde preventiva. A AMNB [Articulação de Mulheres Negras Brasileiras] está levantando quem são as mulheres mais vitimizadas por esse grande caos”, afirmou Emanuele Góes.

 

Em parceria com a ONU e governo brasileiro, programete de rádio “Viva Maria com Saúde discute direitos das mulheres na epidemia do zika vírus/

Emanuele Góes, especialista em saúde da população negra, destaca vulnerabilidade das mulheres negras ao zika vírus

 

Para a enfermeira, um dos maiores desafios da saúde é fazer chegar as políticas, entre elas a Política Nacional de Atenção à Saúde Integral da Mulher e Política de Saúde Integral da População Negra, sendo esta 70% dentre as usuárias e os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). “Há dificuldade para que o serviço responda às políticas. Há dificuldade para que sejam executdas na ponta. Isso quer dizer saúde da mulher, métodos contraceptivos sejam amplamento distribuídos nos serviços”, finalizou Góes.