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A ONU Mulheres é a organização das Nações Unidas dedicada à igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres.

Brasil

Novo informativo da ONU Mulheres faz análise do financiamento público de campanha para as mulheres candidatas às eleições municipais de 2020



23.12.2021


Publicação feita em parceria com a Gênero e Número faz parte das ações da campanha #ViolênciaNão – Pelos Direitos Políticos das Mulheres

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A menos de um ano das eleições de 2022, a quarta e última newsletter da campanha #ViolênciaNão – Pelos Direitos Políticos das Mulheres faz uma análise do financiamento público de campanha para as mulheres candidatas às eleições municipais de 2020. O material desenvolvido pela ONU Mulheres em parceria com a Gênero e Número reúne dados e entrevistas com especialistas, que reforçam como a atenção para o tema é fundamental para fortalecer a participação política das mulheres e coibir casos de violência política contra as mulheres em contextos eleitorais.

Um elemento central para o processo político-eleitoral e para a democracia, o financiamento de campanha possibilita o contato das eleitoras e eleitores com as candidatas e os candidatos e a divulgação de suas ideias, propostas e projetos. Nesse sentido, as instituições e os partidos políticos têm um papel muito importante no aperfeiçoamento da democracia, podendo contribuir para que as regras e as práticas eleitorais sejam transparentes e favoreçam a distribuição mais equilibrada e equânime dos recursos públicos destinados ao financiamento das campanhas, especialmente dos grupos politicamente sub-representados no país, tais como as mulheres negras, indígenas, trans, quilombolas e com deficiência.

A despeito de alguns avanços que incentivaram candidaturas negras e de mulheres, ainda há um caminho longo a ser percorrido para corrigir a histórica sub-representação de determinados grupos na política. Os obstáculos a candidaturas de mulheres negras, que passam pelo desequilíbrio na distribuição de verbas de campanha, mas não se restringem a ele, refletem-se em sua sub-representação política. No país em que as mulheres negras compõem o maior grupo demográfico da população (28%), segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas 210 das 856 candidaturas femininas negras lançadas às prefeituras brasileiras no pleito de 2020 foram eleitas, o que significa que as mulheres negras formam o grupo menos representado nesse cargo (3,8%).

Dentre os 33 partidos que lançaram candidaturas em 2020, apenas seis investiram mais da metade dos recursos públicos em candidatas mulheres para a vereança. Este número cai para dois na corrida pelas prefeituras. Para Hannah Maruci, professora de Ciência Política da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o dado mostra que os partidos são muito resistentes a mudanças que levem a mais diversidade em seus quadros e na maneira de fazerem política.

Um grande desafio apresentado pelo informativo é que não apenas de capital financeiro se fazem candidaturas competitivas e vitoriosas, mas também de capital social e político. De acordo com especialistas ouvidas para a publicação, se grupos historicamente sub-representados não estão circulando em ambientes políticos, se persistem inúmeros obstáculos para a sua entrada no mundo da política eleitoral, é de se esperar que esse círculo vicioso atue contra essas lideranças: sem recursos para campanhas, elas não são eleitas. Se não estão em cargos eletivos, não estão formando capital político e social. Se não constroem esses tipos de capital, parecem menos interessantes aos olhos dos partidos para receberem recursos financeiros. E, assim, o ciclo tem se retroalimentado sucessivamente, sem renovações significativas.

Campanha #ViolênciaNão – Esta é a quarta newsletter lançada em torno campanha #ViolênciaNão – Pelos Direitos Políticos das Mulheres. A primeira publicação, de novembro de 2020, apresentou dados e as principais tendências relacionadas às candidaturas de mulheres nas últimas eleições municipais. Em abril foi divulgado o segundo informativo, que analisou a participação das mulheres nas eleições municipais de 2020 com foco nos grupos mais sub-representados na política – mulheres negras, quilombolas, indígenas e trans –, incluindo referências aos principais compromissos e diretrizes internacionais de direitos humanos das mulheres. Lançada em junho, a terceira newsletter reuniu experiências e boas práticas de países latino-americanos na prevenção e no enfrentamento à violência política contra as mulheres.

Financiada pela União Europeia, a campanha #ViolênciaNão reforça o chamado da campanha Geração Igualdade: Realizando os Direitos das Mulheres por um Futuro Igualitário, uma iniciativa global da ONU Mulheres lançada em 2020, em celebração ao 25º aniversário da Declaração e da Plataforma de Ação de Pequim, que convida a sociedade a construir um mundo igualitário, em que todas as pessoas têm direitos e oportunidades iguais. Como parte da campanha Geração Igualdade foram criadas seis Coalizões de Ação por meio das quais Estados-Membros da ONU, organizações da sociedade civil, organismos internacionais e setor privado anunciam planos de ação com compromissos concretos para acelerar a implementação da Plataforma de Ação de Pequim e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável até 2026. O fortalecimento dos movimentos e da liderança de mulheres é um dos eixos centrais da Geração Igualdade.

Acompanhe a campanha #ViolênciaNão – Pelos Direitos Políticos das Mulheres no site oficial da ONU Mulheres Brasil e nas redes sociais da organização: FacebookTwitter e Instagram.

 

Informações para a Imprensa: 

Assessoria de Comunicação da ONU Mulheres Brasil 

Gabriela Pereira: gabriela.pereira@unwomen.org

61 98175-6772

Isabel Clavelin: isabel.clavelin@unwomen.org

61 98175-6315