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A ONU Mulheres é a organização das Nações Unidas dedicada à igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres.

Brasil

ONU Mulheres pede posicionamento contra o estupro no Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres



25.11.2019


“Pinte o mundo de laranja: geração igualdade contra o estupro!” é o tema das Nações Unidas para os 16 dias de ativismo deste ano

Confira aqui a programação no Brasil

 

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Diretora-executiva da ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka, em ato na sede da ONU, em Nova Iorque, pelo Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres
Foto: ONU Mulheres/Ryan Brown

 

A partir desta segunda-feira (25/11), Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres, vários eventos em todo o mundo, como marchas, competições de arte, maratonas serão organizados como parte das atividades de todo o Sistema das Nações Unidas para os 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, flagelo que afeta uma em cada três mulheres no mundo todo.

Na ONU, a campanha anual de 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, que mobiliza governos, empresas, sociedade civil e cidadania, tem o apoio da campanha do Secretário-Geral “UNA-SE pelo fim da violência contra as mulheres até 2030”. O tema da mobilização da ONU neste ano, que usa a cor laranja para simbolizar a esperança e um futuro sem violência contra as mulheres e meninas, é: “Pinte o mundo de laranja: geração igualdade contra o estupro!” O tema destaca a necessidade de acabar com a “cultura do estupro” que está enraizada em nossa sociedade seja em situações de conflito, paz, nossos lares ou nas ruas.

Apesar das mobilizações mundiais lideradas por sobreviventes e ativistas nos últimos anos por meio de movimentos como #MeToo, #TimesUp, #Niunamenos, #NotOneMore, #BalanceTonPorc e outros, a violência sexual continua sendo normalizada e incorporada em nosso ambiente social. A violência contra mulheres e meninas continua em todos os países. Desde a banalização do estupro, culpar as vítimas, a objetificação do corpo das mulheres na mídia, o glamour da violência nos anúncios ou o uso constante de linguagem misógina, a sociedade é testemunha diária dessa “cultura de estupro”, às vezes até espectadora silenciosa. Todas as pessoas têm a responsabilidade de agir para o fim do estupro e da violência contra as mulheres.

A embaixadora da Boa Vontade da ONU Mulheres, Nicole Kidman usou sua voz ao Dia Internacional, e disse: “Como embaixadora da Boa Vontade da ONU Mulheres, sei que todos temos um papel a desempenhar. A campanha de 16 dias é um momento para o mundo se unir e agir. Encorajo você a participar da campanha deste ano para se posicionar contra o estupro e fazer parte dos esforços para acabar com todas as formas de violência contra as mulheres”.

Durante os 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, a ONU Mulheres pede que as pessoas se posicionem contra a cultura generalizada de estupro e de outras formas de violência contra as mulheres e meninas.

A diretora- executiva da ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka, afirmou: “O estupro não é um ato breve e isolado. Pode ter efeitos não escolhidos que mudam a vida – uma gravidez ou uma doença sexualmente transmissível, trauma imenso e um sentimento injustificado de vergonha. Nos conflitos e nos tempos de paz, muitas vezes, o estupro molda as decisões das mulheres de sair de suas comunidades por medo de ataques ou pela estigmatização das sobreviventes. Se eu pudesse ter um desejo atendido, poderia muito bem ser o fim total do estupro.’’

É difícil de afirmar o número exato de estupros e agressões devido ao medo frequente das vítimas de denunciar. No entanto, aproximadamente 15 milhões de meninas adolescentes (de 15 a 19 anos) em todo o mundo tiveram sexo forçado em algum momento de suas vidas. Além disso, três bilhões de mulheres e meninas vivem em países onde estupro no casamento não é explicitamente criminalizado.

São principais desafios na prevenção e erradicação de estupro e assédio sexual: consentimento e a atual falta de entendimento de que apenas sim significa sim. É igualmente importante que o consentimento seja oferecido com livre arbítrio, sem ser induzido por fraude, coerção, violência ou ameaça e na capacidade total da pessoa – o que não é o caso, por exemplo, quando alguém está bêbada.

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Público participante de ato, na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, pelo Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres
Foto: ONU Mulheres/Ryan Brown

 

Ao redor do mundo – A violência sexual e o estupro também foram usados contra mulheres e meninas como uma ferramenta em conflitos, como na guerra na Bósnia e Herzegovina e Ruanda. Em Mianmar, onde mais de meio milhão de rohingya fugiram do país, estupros e outras formas de violência sexual foram usados como parte dos esforços para deslocar as populações. Na Síria, a violência sexual tem sido usada para extrair informações das mulheres e coagir a rendição de parentes do sexo masculino.

Como nos anos anteriores, edifícios e monumentos icônicos serão iluminados de laranja para exigir um futuro livre de violência, incluindo o Tribunal de Justiça do Zimbábue, a Biblioteca de Alexandrina, no Egito, e o Parlamento do Paquistão. O Manneken Pis, em Bruxelas, na Bélgica, estará iluminado de laranja.

Na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, porta-vozes e apresentações musicais de destaque fortalecerão o clamor pela prevenção e pelo fim da violência contra mulheres e meninas. São presenças aguardadas: Maria Luiza Ribeiro Viotti, chefe de Gabinete do secretário-geral da ONU, António Guterres; Pramila Patten, vice-secretária-geral e representante Especial do Secretário-Geral sobre Violência Sexual em Conflito; Phumzile Mlambo-Ngcuka, diretora executiva da ONU Mulheres; Susannah Grant, produtora executiva, escritora, diretora e “showrunner” de “Inacreditável”, série da Netflix; Ajna Jusic, presidenta da Associação “Crianças esquecidas da Guerra” de Bósnia e Herzegovina; e o fotógrafo Jonathan Torgovnik; bem como apresentações musicais do coral da Escola Internacional da ONU. A experiência da sociedade civil será representada por duas beneficiárias do Fundo Fiduciário da ONU pelo Fim da Violência contra as Mulheres (Fundo Fiduciário da ONU), Chinyere Eyoh e Karen Naimer.

A comemoração deste ano acontece logo após a primeira Convenção do Fundo Fiduciário da ONU, realizada em Sarajevo, Bósnia e Herzegovina, de 4 a 7 de novembro de 2019. Na reunião de alto nível, 150 participantes de organizações da sociedade civil, governo, parcerias e o setor privado, implementando cerca de 100 projetos em todo o mundo, se reuniram para refletir e criar estratégias sobre como acabar com a violência contra as mulheres, usando seu trabalho e experiência como base.

Em todo o mundo, dezenas de eventos também ajudarão a esclarecer a necessidade de intensificar os esforços para acabar com a violência de gênero. Por exemplo, murais serão pintados nas ruas, ilustrando mulheres empoderadas e representando relações positivas de gênero no Malawi; serão organizadas aulas sobre segurança pessoal para interromper e reduzir a violência usando diferentes ferramentas, incluindo a arte marcial do Aikido, com estudantes de universidades e escolas secundárias na Albânia; uma exibição de filmes criados por mulheres latino-americanas, seguida de debates ao vivo, em Honduras; uma instalação relâmpago com doze artistas será realizada no Parque Seğmenler em Ancara, na Turquia, para “iluminar a escuridão” e centenas de árvores serão plantadas no Camboja.

“Las Mariposas” e a origem da data – O dia 25 de novembro foi instituído como o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres pela resolução 54/134, da Assembleia Geral das Nações Unidas, em fevereiro de 2000. A data marca a lembrança do assassinato de Minerva, Pátria e Maria Teresa Mirabal, conhecidas como “Las Mariposas”, ativistas políticas pela ditadura na República Dominicana.