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A ONU Mulheres é a organização das Nações Unidas dedicada à igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres.

Brasil

ONU Mulheres realiza curso para incentivar que mais mulheres assumam espaços de poder e decisão



24.08.2020


Curso é uma iniciativa do Projeto 50-50:Itabira e acontece entre os dias 14 e 28 de agosto. Turma é composta por 52 mulheres. Maior parte das inscritas é filiada a partidos políticos, mas apenas 16 são pré-candidatas

 

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Segue até 28 de agosto o curso de Formação Política para Mulheres Candidatas em Itabira, uma iniciativa pioneira da prefeitura com a ONU Mulheres Brasil, em parceria com o Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre a Mulher da Universidade Federal de Minas Gerais (NEPEM/UFMG). O curso é voltado para pré-candidatas às eleições municipais de 2020 e mulheres que tenham o interesse de ingressar na política.

Segundo o Mapa Mulheres na Política 2019,produzido pela ONU Mulheres e pela União Interparlamentar, apesar de ser a maioria da população brasileira e do eleitorado nacional, as mulheres ocupam menos de 15% dos cargos eletivos da Câmara dos Deputados.
“A participação em todas as esferas da vida social, política e econômica é um compromisso assumido pelos países no âmbito internacional. O curso contribui para que as mulheres tenham acesso a informações essenciais, e possam se apresentar como candidatas competitivas e comprometidas com a promoção da igualdade, independentemente de sua filiação partidária”, explica a gerente de Projetos de Normas Globais, Governança, Liderança e Participação Política da ONU Mulheres Brasil, Ana Claudia Pereira.

Poucas mulheres na política local – Nas últimas eleições municipais, Itabira não elegeu vereadoras para a Câmara Municipal. Apesar de as mulheres comporem 52% da população de Itabira (IBGE, 2010), o único cargo eletivo ocupado por uma mulher é o da vice-prefeita, Dalma Barcelos.

Barcelos pondera que, com a atuação em parceria com a ONU Mulheres, a cidade nunca mais será a mesma. Para a vice-prefeita, a participação política é essencial para o desenvolvimento de uma cidade sustentável: “Quando a gente é mulher e está em espaços de liderança, nós temos que ajudar outras mulheres, porque a política é o espaço que nós temos para buscar mais independência, mais valores, mais participação”, afirma Barcelos ao explicar a importância do curso para a cidade.

Adaptado ao contexto, que exige cuidados por conta da pandemia Covid-19, o curso está sendo realizado de maneira remota. Ao todo foram programados nove encontros, divididos ao longo das duas semanas, com aulas sobre políticas públicas para mulheres, noções de processo legislativo, participação das mulheres na política, dentre outros temas relacionados à realização de campanhas.

“Não basta ter um bom currículo ou expertise em áreas diversas para se exercer um bom mandato como vereadora. Penso ser necessário ir além, se preparar, buscar conhecimentos aprofundados sobre as demandas do munícipio e as políticas públicas necessárias, que propiciem desenvolvimento e inclusão social”, conta a pré-candidata a vereadora, Miriã Fonseca, ao levantar a importância em participar do curso.

Perfil da turma – Inscreveram-se no curso 52 mulheres, em sua maioria auto-declaradas pretas e pardas, com diferentes idades e profissões. A maior parte das inscritas é filiada a partidos políticos, mas apenas 16 são pré-candidatas.

Participam do curso também mulheres que pretendem contribuir com as suas comunidades em outros espaços. Para a aposentada Luíza Helena Ferreira, o curso tem apontado outras formas de ação na busca do empoderamento: “Eu sempre me indignei com o sofrimento das mulheres, mas eu não sabia que fazia parte das lutas feministas e, agora, o curso está me abrindo um novo leque de conhecimentos, nos quais eu quero continuar me aprofundando”, considera a aposentada ao se referir das aulas sobre os “Direitos das mulheres, trajetórias de lutas e a relação com o Estado”.

Até o fim do mês de agosto, a expectativa é que as inscritas no curso se empoderem, se apoiem e se sintam seguras para a disputa eleitoral.
Para a professora coordenadora do NEPEM e consultora da ONU Mulheres Brasil, Marlise Matos, é preciso entender o contexto político e histórico das mulheres na ocupação de espaços de poder e decisão: “A gente tem um caminho truncado, porque nós podemos votar, mas ainda não podemos nos eleger com a mesma plenitude, condições e autonomia que os homens”, aavalia Marlise a turma na aula de abertura do Curso de Formação Política para Mulheres Candidatas, no dia 14 de agosto em Itabira.

Projeto Cidade 50-50: Itabira – O treinamento faz parte do Projeto Cidade 50-50 – Itabira, que busca desenvolver ações para a promoção da igualdade de gênero na cidade, parceria firmada no segundo semestre de 2019, entre a prefeitura e a ONU Mulheres.

Saiba mais: Ninguém para trás: ações da ONU Mulheres em Itabira fomentam a promoção da igualdade de gênero entre poder público e sociedade civil