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A ONU Mulheres é a organização das Nações Unidas dedicada à igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres.

Brasil

Trabalho de cuidados oscila entre 10 e 39% do PIB de países, considera ONU Mulheres



05.03.2017


O mercado de trabalho está mudando em grande velocidade devido à inovação e ao aumento da mobilidade e da informalidade. Mas a mudança tem que ser mais rápida no que diz respeito a capacitar as mulheres que, por meio do seu trabalho, têm gerado muitos dos ganhos globais das últimas décadas. Em sua maioria, as mulheres continuam em trabalhos menos lucrativos e que não permitem desfrutar dos benefícios. Elas ganham menos que os homens e, ainda, sustentam o enorme peso – fundamental em termos econômicos – que representam o trabalho de cuidado não remunerado e trabalho doméstico.

Alcançar o empoderamento econômico das mulheres requer uma mudança para dividir a prosperidade de forma equitativa, sem deixar ninguém para trás. A comunidade internacional assumiu esse compromisso na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Todas as mulheres deveriam poder desfrutar o seu direito a um emprego decente. Como defensora mundial a favor da igualdade de gênero e do empoderamento das mulheres, a pergunta que se faz à ONU Mulheres é: como conseguir?

DIVIDIR O TRABALHO NÃO REMUNERADO

Com o seu trabalho não remunerado, as mulheres fazem uma enorme contribuição econômica que permite suprir as necessidades em matéria de serviços. Por que esse trabalho não é divido nem é contabilizado?

Trabalho de cuidados oscila entre 10 e 39% do PIB de países, considera ONU Mulheres/

Ilhas Seicheles, 2017. Foto: ONU Mulheres/Ryan Brown.

O valor do trabalho de cozinhar, limpar, cuidade de crianças e dar atenção a pessoas idosas – tarefas que a economia depende – representa entre 10 e 39% do PIB. Pode pesar mais na economia de um país do que pesam a indústria manufatureira ou a do comércio.

O trabalho de cuidado não remunerado e o trabalho doméstico suprem carências em matéria de serviços públicos e infraestrutura, e são realizados majoritariamente por mulheres. São uma carga e uma barreira injustas para a igualdade de participação no mercado de trabalho e na igualdade de remuneração. Corrigir essa situação requer mudar as normas que marcam quem desempenha essas tarefas e investir no trabalho decente e remunerado no âmbito da economia de cuidado.

O que podemos fazer? Adotar políticas que permitam reduzir e redistribuir o trabalho não remunerado, por exemplo, mediante o aumento de empregos remunerados na economia de cuidado e incentivar os homens a dividir o trabalho de cuidado e o trabalho doméstico. Investir em sistemas que proporcionam água, eletricidade, transporte e outras necessidades básicas para reduzir o trabalho doméstico.