Aliança sem Estereótipos celebra 4º ano no Brasil com defesa de ações concretas nas empresas

22.03.2023

O quarto ano do Projeto Aliança Sem Estereótipos no Brasil foi celebrado na última quinta-feira (16/03), no escritório de ONU Mulheres em São Paulo, e trouxe ao centro do debate o tema “Quem muda a Aliança: ações concretas para a quebra de estereótipos no Brasil”, com participação de 50 pessoas entre lideranças, ativistas e representantes da indústria publicitária nacional.  

A abertura do evento foi realizada por Daniele Godoy, gerente do projeto em ONU Mulheres, e contou com a participação de Sarah Buchwitz, vice-presidente de marketing e comunicação de MasterCard Brasil, uma das empresas-líderes da Aliança no país.  

“A Aliança não é feita por empresas, mas por pessoas, que mudam as empresas por dentro para transformar a sociedade lá fora”, enfatizou Daniele Godoy. “A Aliança surge globalmente em 2017 em Cannes e chega ao Brasil em 2019 para que as empresas brasileiras se comprometam com a defesa da igualdade de gênero”, complementou Sarah. 

Na sequência, Isabel Aquino, consultora técnica de ONU Mulheres e coordenadora da TODOS – pesquisa anual que analisa estereótipos na publicidade –, mediou o painel “Mulheres que quebram estereótipos”. A mesa debateu uma comunicação livre de estereótipos baseada na experiência de duas comunicadoras negras de referência: Gabriela Rodrigues, head de inovação e impacto da SOKO Brasil, e de Gabi Oliveira, ativista, podcaster e youtuber à frente do canal Gabi de Pretas. 

Publicitária vencedora do Prêmio Caboré 2021 na categoria planejamento, Gabriela Rodrigues apresentou sua trajetória tendo como ponto de partida sua busca, nos mais diferentes projetos, em aliar impacto social às ações das marcas com as quais trabalhava. Hoje, na SOKO, assume a liderança na área de inovação e impacto justamente por entender que ambos os aspectos caminham juntos para o sucesso de cada projeto. 

Já Gabi Oliveira abordou como trata de assuntos complexos, como o combate ao racismo, de forma didática e atrativa para os mais diferentes públicos em suas redes sociais. Ela também apontou como o próprio ativismo digital influenciou a indústria da beleza no Brasil na última década. “Foi um movimento que surgiu na internet – a partir de mulheres que buscavam, através das redes, informações sobre cuidados com os cabelos – e mudou a indústria, que percebeu essa necessidade e começou a criar produtos que refletem a diversidade da brasileira, sobretudo as negras”, exemplificou. 

Quem muda a Aliança – Rony Santos, gerente de ESG Diversidade no Grupo Boticário (GB), Valerya Borges, diretora de Diversidade e Inclusão para América Latina da VMLY&R, e Egnalda Côrtes, da Côrtes e Cia, foram palestrantes no segundo e último painel do evento, “Quem muda a Aliança”, a partir das falas de pontos focais das empresas no projeto.  

Rony trouxe a experiência do GB na sensibilização das equipes internas para temas ligados à diversidade e como os treinamentos de Aliança sem Estereótipos, mais especificamente os 3Ps na Publicidade e os KPIs Brasil, têm contribuído positivamente neste processo. O Grupo Boticário é uma das empresas-líderes da Aliança no Brasil. 

Pioneira na criação de uma agência de influenciadores digitais negros no Brasil, Egnalda Côrtes destacou como percebeu, na lacuna do mercado, a oportunidade de criar e incentivar outros a criarem. “Em 2015, não havia influenciadores negros e negras nos castings das agências, muito menos falando dos mais variados temas como beleza e política. Era uma responsabilidade criar algo para que outras pessoas pudessem pertencer e sonhar”, afirmou a hoje premiada CEO da Côrtes e Cia. 

Valerya Borges fez a fala de encerramento do painel, enfatizando a importância desse tipo de iniciativa para fazer a diferença local e global na indústria publicitária. “Não vale a pena sentar neste lugar se não for pra fazer a diferença”, concluiu Valerya sobre a parceria com ONU Mulheres, afirmando, ainda, que a VMLY&R é a única agência solo do Grupo WPP que tem parceria com a ONU em nível mundial. Desde 2017, a empresa integra a Aliança Sem Estereótipos.  

Para a Representante Adjunta de ONU Mulheres no Brasil, Ana Carolina Querino, a expectativa é que Aliança sem Estereótipos possa se fortalecer ainda mais em 2023, a partir da ampliação da presença de empresas membras e líderes e, ainda, fomentando a inclusão de outros setores da indústria criativa, como o audiovisual, no combate aos estereótipos.  

O que é a Aliança sem Estereótipos? 

A Aliança sem Estereótipos é uma plataforma liderada por ONU Mulheres que tem por objetivo promover a igualdade de gênero e o combate aos estereótipos na publicidade, em um movimento que envolve anunciantes e empresas. No Brasil, o debate inclui interseccionalidades de gênero, raça e etnia, pessoas com deficiência e LGBTQIA+.  

O aniversário dos capítulos nacionais (projetos em cada país) é celebrado com o objetivo de reativar as ações das empresas membras, convidar novas empresas e organizações aliadas, e incentivar as organizações aliadas a estarem mais próximas com um papel mais ativo.