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A ONU Mulheres é a organização das Nações Unidas dedicada à igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres.

Brasil

Mulheres de Boa Vista (RR) participam de oficina do programa Moverse voltada para o empreendedorismo



12.08.2022


Com o tema “Café, mulheres e negócios”, o evento reuniu mulheres venezuelanas e brasileiras decidiram abrir empresa no Brasil

Mulheres de Boa Vista (RR) participam de oficina do programa Moverse voltada para o empreendedorismo/noticias mulheres refugiadas mulheres migrantes moverse empoderamento economico
No total, 26 mulheres participaram do evento promovido pela ONU Mulheres (Foto: ONU Mulheres Brasil /Lairyne Silva)

Empoderamento, qualidade de vida, saúde física, relações sociais e independência financeira. Esses foram alguns dos temas abordados na oficina “Café, mulheres e negócios”, promovida pela ONU Mulheres no último dia 10 em Boa Vista (RR). No total, 26 mulheres, entre brasileiras e venezuelanas refugiadas e migrantes, participaram da atividade, que contou com dicas, troca de informações e de experiências entre as que já iniciaram o negócio próprio e as que desejam empreender.

A ação faz parte do programa conjunto Moverse, uma iniciativa da ONU Mulheres, da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), com o financiamento do Governo de Luxemburgo. A idéia do café foi deixar a experiência mais confortável para que as mulheres conversassem entre si. Segundo a especialista em Empoderamento Econômico na ONU Mulheres, Flávia Muniz, capacitações neste tema são uma demanda bastante solicitada.

“Nós recebemos com bastante frequência pedidos de mulheres que já são empreendedoras ou que têm vontade de empreender e querem aumentar os seus conhecimentos sobre o assunto. Por isso, buscamos parcerias que sejam estratégicas e que estejam alinhadas com a ONU Mulheres para desenvolver ações que as apoiem nessa busca por conhecimento”, comentou.

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Flávia Muniz, especialista em Empoderamento Econômico na ONU Mulheres, em conversa sobre acesso à educação (Foto: ONU Mulheres / Lairyne Silva)

Flávia Muniz destaca que o objetivo desse momento é investir em empoderamento econômico, sororidade e apoio mútuo. “O nosso diferencial hoje é que estamos oferecendo um espaço de troca entre mulheres empreendedoras, sejam elas venezuelanas ou brasileiras, justamente porque entendemos que muitas coisas relacionadas ao empreendedorismo não são aprendidas somente em um curo, e sim escutando experiências de outras mulheres e compartilhando”, afirma.

Yvanny mora no Brasil há 5 anos e veio da cidade de Maturín, na região Nordeste da Venezuela. Ela teve uma filha no Brasil e atualmente encontra dificuldades para obter uma renda, motivo pelo qual deseja montar o seu próprio negócio. “É muito enriquecedor esse momento de conversa, pois pretendo empreender no ramo da gastronomia. Desejo ter um restaurante de comida venezuelana. Escutar um pouco das experiências dessas mulheres me impulsiona a realizar esse sonho”, disse, motivada.

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O evento também teve momentos de descontração e interação entre as participantes (Foto: ONU Mulheres Brasil / Lairyne Silva)

Jaqueline Rodríguez foi uma das palestrantes do evento. Ela contou como foi difícil sair da Venezuela e empreender no Brasil, e explicou para as mulheres que, mesmo com todos os obstáculos, o seu negócio deu certo e hoje consegue tirar o sustento da família. “A palestra motiva as mulheres, pois o que mais vemos são pessoas com medo de iniciar o seu empreendimento. Precisamos mudar essa estatística de que as mulheres são minoria nesse ramo. Nós também podemos e estamos conquistando esse espaço”, refletiu.

Enfrentamento da violência contra mulheres – A capacitação também trabalhou temas importantes em alusão ao Agosto Lilás, mês dedicado à conscientização pelo fim da violência contra a mulher e que marca os 16 anos da Lei Maria da Penha. Yidri foi uma das participantes que ressaltou a importância do empoderamento econômico para romper o ciclo da violência, já que muitas mulheres não conseguem deixar o agressor por questões econômicas.

“O empreendedorismo ajuda muito às mulheres que estão nesse ciclo de violência, pois antigamente as mulheres dependiam muito dos seus maridos e agora podemos mudar isso, já que nós, mulheres, podemos dar esse passo a mais e sermos empreendedoras, de estudar e de darmos o exemplo para aquelas que ainda estão com medo de romper o ciclo”, ressaltou.

Além da oficina sobre empreendedorismo, a ONU Mulheres irá participar de eventos relacionados ao empoderamento econômico e fim da violência contra a mulher. O primeiro é a campanha de conscientização pelo fim da violência contra a mulher e de gênero, uma ação da Secretaria de Estado do Trabalho e Bem-Estar Social (SETRABES em Roraima), por meio da Coordenação Estadual de Políticas Públicas para as Mulheres. A segunda atividade prevista com a participação da ONU Mulheres é o Ciclo de Diálogos da Lei Maria da Penha, com o apoio da Procuradoria Geral de Justiça e Ministério Público de Roraima. Estão previstas, ainda, rodas de conversas que serão promovidas pela ONU Mulheres em ocupações espontâneas de Boa Vista ao longo do mês de agosto.

Sobre o Moverse – Iniciado em setembro de 2021, o programa conjunto MOVERSE – Empoderamento Econômico de Mulheres Refugiadas e Migrantes no Brasil é implementado por ONU Mulheres, Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), com o apoio do Governo de Luxemburgo. O objetivo geral do programa, com duração até dezembro de 2023, é garantir que políticas e estratégias de governos, empresas e instituições públicas e privadas fortaleçam os direitos econômicos e as oportunidades de desenvolvimento entre venezuelanas refugiadas e migrantes. Para alcançar esse objetivo, a iniciativa é construída em três frentes. A primeira trabalha diretamente com empresas, instituições e governos nos temas e ações ligadas a trabalho decente, proteção social e empreendedorismo. A segunda aborda diretamente mulheres refugiadas e migrantes, para que tenham acesso a capacitações e a oportunidades para participar de processos de tomada de decisões ligadas ao mercado laboral e ao empreendedorismo. E a terceira frente trabalha também com refugiadas e migrantes, para que tenham conhecimento e acesso a serviços de resposta à violência baseada em gênero.

Para receber mais informações sobre o Moverse e sobre a pauta da migração e refúgio de mulheres no Brasil, cadastre-se na newsletter do programa em http://eepurl.com/hWgjiL