No México, ONU Mulheres e instituições brasileiras debatem indicadores climáticos com perspectiva de gênero
19.09.2024
A ONU Mulheres promoveu, no México, a oficina “Rumo à construção de Indicadores de Gênero, Meio Ambiente e Mudança Climática”. O evento aconteceu na Sede do Instituto Nacional de Estatística e Geografia (INEGI), em Aguascalientes, México, nos dias 5 e 6 de setembro. O evento teve apoio do Grão-Ducado de Luxemburgo, do INEGI e do Centro Global de Excelência em Estatísticas de Género (CEEG).
No evento, especialistas e representantes de diferentes escritórios nacionais de ONU Mulheres e entidades de pesquisa e estatística discutiram a importância e desafios de aplicar o recorte de gênero às análises e cenários relacionados às mudanças climáticas. Durante os dois dias, as paticipantes debateram a perspectiva de gênero nos indicadores de mudanças climáticas na América Latina e Caribe, trocaram experiências sobre como esses dados foram construídos em diferentes países. Juliana Maia, Associada de Programas, levou a experiência do Escritório de ONU Mulheres no Brasil ao evento.
“A ONU Mulheres Brasil tem trabalhado para integrar a perspectiva de gênero no desenvolvimento de planos, políticas, orçamentos e ações ambientais. As mulheres têm papel fundamental na adaptação e resiliência às mudanças climáticas. Precisamos elaborar essas estratégias, mas também garantir a medição e o monitoramento da contribuição das mulheres. Assim, podemos promover acesso a novas oportunidades e reconhecer as mulheres por sua liderança e potencial transformador“, afirma
A pesquisadora Maria Luisa Pimenta representou a Comissão Temática de Relações Sociais de Gênero e Sexualidades do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no evento. Ela fez uma avaliação sobre o impacto do encontro. “Pude perceber, nesse contato com outras representantes de institutos de estatísticas e ministérios de meio ambiente, que os demais países da América Latina e Caribe têm desafios similares aos nossos para a produção de informação oficial e articulação interinstitucional, e que isso é mais evidente em agendas transversais como mudanças climáticas e gênero. O México tem uma experiência inspiradora para nós, através da constituição do SNIEG (Sistema Nacional de Informações Estatísticas e Geográficas) e esperamos que esse contato frutifique a reflexão que estamos tendo no IBGE sobre um renovado sistema de estatísticas e geoinformações que o país carece”, destaca.
Myrian Sá Leitão Barboza, chefe de Divisão da Secretaria Nacional de Articulação Institucional, Ações Temáticas e Participação Política do Ministério das Mulheres, avalia que “A oficina representou uma valiosa oportunidade de atualização no debate sobre os principais mecanismos de planejamento, elaboração e análise de indicadores sobre gênero, meio ambiente e mudanças climáticas na América Latina e no Caribe. O Ministério das Mulheres compartilhou suas ações preliminares e pretende intensificar atuação no tema por meio de estudos aprofundados e incorporação de indicadores socioambientais com perspectiva de gênero no contexto das crises climáticas, e que no futuro poderão ser acessados democraticamente no portal Observatório do Brasil da Igualdade de Gênero. Assim, o Ministério espera contribuir significativamente na socialização de conhecimentos qualificados e atualizados sobre gênero, meio ambiente e clima para auxiliar no planejamento de ações participativas junto à sociedade brasileira e aos governos locais”.
Pelo Brasil, também acompanharam os diálogos representantes da Diretoria de Estudos e Políticas Sociais do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e da Secretaria de Povos e Comunidades Tradicionais e Desenvolvimento Rural Sustentável do Ministério do Meio Ambiente.