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A ONU Mulheres é a organização das Nações Unidas dedicada à igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres.

Brasil

Por meio das redes sociais, mãe e filha venezuelanas impulsionam empreendimento no Brasil



15.03.2023


Empreendedoras investem em boas fotos dos produtos para atrair clientes nas redes, iniciam vendas online e sonham com aumento da produção

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Enquanto a mãe, Orisamar, coloca em prática habilidades manuais, a filha, Orish, busca aprimorar vendas por meio das redes sociais (Foto: ONU Mulheres Brasil / Lairyne Silva)

“Divas de Ouro” foi o nome escolhido para a fábrica de bijuterias e acessórios das venezuelanas Orisamar, 43 anos, e da filha, Orish, 25. As duas estão há quase cinco anos em Boa Vista (RR), local onde tiveram acesso a capacitações sobre empreendedorismo oferecidas pelo programa Moverse. Munidas de conhecimento, decidiram abrir um negócio juntas.

“Eu já tinha habilidade com trabalhos manuais, sempre gostei de fazer artesanato, mas não tinha ideia de como abrir uma empresa e transformar isso em uma fonte de renda. Foi a partir desse curso que entendi que era possível”, afirma Orisamar. Ela conta que aprendeu nas aulas desde questões burocráticas, como se cadastrar como microempreendedora e simplificar a contabilidade, por exemplo, até temáticas sobre publicidade, imagem da marca e o uso das redes sociais.

As possibilidades oferecidas pelo ambiente on-line chamaram a atenção da filha, que já tinha muita familiaridade com as redes sociais e, a partir das aulas do curso, enxergou nessa ferramenta uma oportunidade de alavancar as vendas do novo negócio. Hoje, é o perfil da Divas de Ouro que impulsiona grande parte das vendas.

“Quando se trata de vendas de produtos como os nossos, a imagem é tudo! Isso ficou evidente quando começamos a tirar fotos mais profissionais dos nossos acessórios e postar no Instagram. As pessoas apareciam mandando mensagens, perguntando sobre a possibilidade de fazer encomendas e de comprar de forma on-line”, conta Orisamar.

Dentre os produtos, o carro-chefe são as sandálias customizadas com pedrarias. “Confeccionamos todo tipo de acessórios, brincos, colares, pulseiras, mas o que mais vendemos são as sandálias femininas e tiaras para crianças”, comenta a venezuelana.

Segundo ela, a principal dificuldade é a compra de matéria-prima. “Em Roraima, é complicado achar o material que usamos com um preço acessível e com a variedade que necessitamos. Muitas vezes temos que comprar os insumos de grandes lojas em São Paulo, por exemplo, para conseguir manter um valor menor no produto final”, ressalta.

Além de todo o trabalho no Instagram, a pequena fábrica conta com um ponto de vendas fixo. “Temos uma banca, mas sonhamos em abrir uma loja. Esse, com certeza, vai ser um dos nossos próximos passos”. Além disso, Orisamar e a filha pretendem ampliar a produção para vender no atacado para supermercados e lojas maiores da cidade. “As Divas de Ouro vão crescer mais e mais a cada dia”, afirma.

Sobre o Moverse – No Brasil, ONU Mulheres, ACNUR e Fundo de População da ONU (UNFPA), com o financiamento do Governo de Luxemburgo, desenvolvem conjuntamente o programa Moverse – Empoderamento Econômico de Mulheres Refugiadas e Migrantes. O objetivo é o fortalecimento dos direitos econômicos e das oportunidades de desenvolvimento entre venezuelanas refugiadas e migrantes. O programa é realizado desde setembro de 2021 e envolve empresas, instituições e governos nos temas e ações ligadas a trabalho decente, proteção social e empreendedorismo. O Moverse também atua diretamente com mulheres refugiadas e migrantes, para que elas tenham acesso a capacitações e a oportunidades no mercado de trabalho e no empreendedorismo. Outra frente de trabalho do programa é ligada à violência baseada em gênero. Para receber informações sobre o Moverse, inscreva-se na newsletter em http://eepurl.com/hWgjiL