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Brasil

Adis Abeba: destaques de quarta (15/7) da Conferência sobre o Financiamento para o Desenvolvimento



16.07.2015


Negociações para a aprovação do documento final da reunião, a Agenda de Ação de Adis Abeba, continuam até esta quinta-feira (16)

Adis Abeba: destaques de quarta (15/7) da Conferência sobre o Financiamento para o Desenvolvimento/

Sede da FFD3 em Adis Abeba
Foto: ECA

No penúltimo dia da Terceira Conferência Internacional sobre o Financiamento para o Desenvolvimento, que acontece na capital etíope, Adis Abeba, e reúne representantes de governo, de instituições financeiras, do setor privado, organizações não governamentais e da sociedade civil para apresentar um novo pacto social para os investimentos, continuam as negociações para a aprovação do documento final da reunião, a Agenda de Ação de Adis Abeba.

Ao mesmo tempo, nesta quarta-feira (15/7), dezenas de eventos paralelos continuam acontecendo em Adis Abeba para discutir os mais variados assuntos. Leia abaixo, alguns dos destaques do dia de hoje.

Sistema financeiro islâmico financiará implementação dos ODS, diz representante do Banco de Desenvolvimento Islâmico

O sistema financeiro islâmico oferece uma alternativa para as fontes tradicionais de financiamento e deve ser utilizada para implementar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) a serem adotados pela Assembleia Geral da ONU em setembro. A afirmação foi feita pelo economista chefe do Banco de Desenvolvimento Islâmico, Savas Alpay.

O Banco anunciou esta semana que duplicará suas atividades de ajuda ao desenvolvimento de 80 bilhões de dólares, utilizados para implementar os Objetivos do Milênio (ODM), para mais de 150 bilhões nos próximos 15 anos para apoiar programas e projetos para a realização bem-sucedida dos ODS em seus 56 Países-membros .

O sistema financeiro islâmico é sistema financeiro que opera de acordo com a lei islâmica ou sharia. Como os sistemas financeiros convencionais, tem bancos, mercados de capitais, gestores de fundos, empresas de investimento e companhias de seguros. A diferença é que estas entidades são geridas tanto pela lei islâmica como por regras e regulamentos que se aplicam a outros bancos.

Prêmio Nobel de Economia, Joseph Stiglitz, participa de evento sobre governança financeira internacional

“Precisamos de um acordo global discutido no âmbito de uma instituição internacional, onde todos possam ser ouvidos, como as Nações Unidas”, disse Joseph Stiglitz, em um encontro organizado pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) com os governos do Chile e Colômbia, dedicado à análise de mobilização de recursos internos e a governança financeira internacional a partir da perspectiva dos países de renda baixa e média.

No que diz respeito ao financiamento, o Prêmio Nobel de Economia disse que o problema não é a falta de liquidez, mas o fato que ela não é canalizada para investimento. Ele acrescentou que os países desenvolvidos muitas vezes não cumprem seus compromissos de ajuda oficial ao desenvolvimento e, ocasionalmente, tentar impedir que os países em desenvolvimento criem regulamentações sobre os mecanismos de tributação do investimento direto estrangeiro.

“Precisamos urgentemente de uma maior transparência, reciprocidade e cooperação internacional nas áreas fiscal e tributária”, disse a secretária executiva da CEPAL, Alicia Bárcena, durante o encontro. Ela também destacou a necessidade de lutar contra os fluxos ilícitos gerados na evasão fiscal de corporações transnacionais e nacionais. De acordo com o Global Financial Integrity (2014), os fluxos ilícitos da América Latina ultrapassam 150 bilhões de dólares, lembrou Bárcena.

Evento paralelo discute a transformação econômica da África

A falta de industrialização coloca o crescimento de longo prazo da África em risco, afirmou o secretário executivo da Comissão Econômica para a África da ONU (ECA), Carlos Lopes, em um evento paralelo à Conferência de Adis Abeba que examinou, nesta quarta-feira (15), três itens considerados críticos para a transformação africana: modernização da agricultura, industrialização inclusiva e sustentável e infraestrutura e energia sustentáveis.

“A produção ficou estagnada no continente na última década e as exportações africanas diminuíram”, disse Lopes. “O crescimento da África tem lutado para criar empregos suficientes para sua crescente juventude e a única maneira para que isto seja possível é através da industrialização.”

Atualmente a África é responsável por menos de 2% das exportações mundiais de produtos manufaturados, lembrou o secretário executivo. A percentagem de produtos manufaturados nas exportações de África para o mundo caíram de 26% em 1995 para 16% em 2013. Como comparação, bens manufaturados representaram cerca de 70% da exportações globais da Ásia.