Ativistas brasileiras participam das duas etapas do Fórum Geração Igualdade

02.07.2021

Última etapa, encerrada em 2 de julho, lançou o Plano de Aceleração Global para a Igualdade de Gênero, impulsionado por seis Coalizões de Ação, e o Pacto sobre Mulheres, Paz e Segurança e Ação Humanitária

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Mulheres jovens, mulheres negras, mulheres indígenas, LBTs e em defesa da justiça climática, e beneficiária de programa para empoderamento de meninas pelo esporte foram algumas das vozes brasileiras participantes nas duas rodadas do Fórum Geração Igualdade: a primeira ocorrida no México, em março, e a segunda, em Paris, concluída nesta sexta-feira (2/7). Na última rodada, outras agentes se somaram: a deputada federal Joênia Wapichana, em painel paralelo sobre Mulheres indígenas e resposta à Covid-19, a beneficiária do programa Uma Vitória Leva à Outra, da ONU Mulheres e do Comitê Olímpico Internacional, Camilly Ferreira e a MC Sofia.

Entre os ciclos de diálogos de juventude da Geração Igualdade, as mulheres jovens traçaram panoramas dos desafios enfrentados por milhões de brasileiras diante das desigualdades de gênero, raça, orientação sexual, identidade de gênero, idade e territorialidades, atualizados pela pandemia da Covid-19. “Para nós, meninas e mulheres da Amazônia, é muito difícil encontrar espaços de fala. É muito importante para todos e todas, que nós sejamos ouvidas. Esperamos que o Fórum Geração Igualdade seja este espaço de diálogo e construção”, revela Jaqueline Damasceno Alves, do Movimento de Atingidos por Barragens.

Barreiras de representação política e linguísticas precisam ser eliminadas na visão de Anna Patté, da Articulação de Povos Indígenas do Brasil (APIB). Segundo ela, são formas de propiciar “intercessão e igualdade para que as vozes das jovens indígenas ecoem mundo afora pela defesa des seus territórios e principalmente de suas vidas”.

Enjagada na agenda de igualdade de gênero e justiça climática, Renata Alvarenga considera que a campanha Geração Igualdade tem colaborado para que “mais jovens assumam posição de liderança no movimento climático, trazendo um olhar para justiça intergeracional e de gênero nas negociações do clima”. Para Anna Tulie Araújo, da União Libertária de Pessoas Trans e Travestis, “a conexão das vozes das juventudes de todo o mundo oportuniza a troca de informações, articulação das lutas e amplificação de vozes para a defesa dos direitos humanos” como parte do processo de mobilização da campanha e do Fórum Geração Igualdade.

Mulheres negras – No Fórum Geração Igualdade México, realizado em março, mulheres negras brasileiras e latino-americanas participaram da Sessão Especial “De Pequim a Durban: abordando o racismo para não deixar nenhuma mulher ou menina para trás”, conduzida pela diretora executiva da ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka, pela diretora regional da ONU Mulheres para Américas e Caribe, Maria Noel Vaeza, e pela gerente de Programas da ONU Mulheres Brasil Ana Carolina Querino.

Agenda internacional pelos direitos das mulheres e meninas – Em 30 de junho, o Fórum Geração Igualdade Paris lançou o Plano de Aceleração Global para a Igualdade de Gênero, impulsionado por seis Coalizões de Ação, e lançou o Pacto sobre Mulheres, Paz e Segurança e Ação Humanitária, para acelerar a igualdade de gênero nos próximos cinco anos e enfrentar os riscos crescentes para direitos das mulheres causados pela Covid-19. Estão previstos 40 bilhões de dólares em novos investimentos nas iniciativas, o que representa o maior aporte coletivo de recursos para a igualdade de gênero no mundo.

O Fórum Geração Igualdade promoveu mais de 110 eventos projetados para impulsionar ações sobre igualdade de gênero, incluindo um palco liderado por jovens. Mais de 25 anos após o marco histórico da Declaração e do Plano de Ação de Pequim, nenhum país até hoje pode alegar ter alcançado a igualdade de gênero.