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Brasil

Eleitorado precisa avaliar as candidaturas de mulheres e enfrentar o machismo nas eleições 2018, revela websérie #Brasil5050



17.09.2018


 

Websérie documental #Brasil5050, da ONU Mulheres Brasil, revela anseios de especialistas, ativistas e parlamentares pela democracia paritária, incentivo às candidaturas de mulheres, responsabilidade de partidos políticos, alerta ao eleitorado brasileiro para voto consciente e caracterização da violência política

Playlist #Brasil5050 no canal do Youtube da ONU Mulheres Brasil

Confira: Norma Marco da Democracia Paritária | Nota sobre Democracia Paritária

 

Eleitorado precisa avaliar as candidaturas de mulheres e enfrentar o machismo nas eleições 2018, revela websérie #Brasil5050/onu mulheres ods noticias igualdade de genero direitosdasmulheres brasil 50 50

Em pouco mais de três semanas, em 7 de outubro, o eleitorado brasileiro decidirá, nas urnas, os e as representantes de Executivos e Legislativos nacional, estaduais e distrital para o exercício de mandatos até 2022. A exceção são senadores e senadoras cuja vigência dos cargos seguirá até 2024, para mandatos de oito anos.

Na reta final das campanhas eleitorais e nos últimos momentos de decisão do voto, especialistas de gênero e ativistas fazem alerta ao eleitorado brasileiro: as candidaturas de mulheres. Na websérie #Brasil5050, da ONU Mulheres, as entrevistadas trazem algumas dicas e reflexões que podem facilitar a definição de quem ainda tem duvida em quem votar.

Creuza Oliveira, secretária-geral da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas e membra do Grupo Assessoria da Sociedade Civil Brasil da ONU Mulheres, diz que numa eleição eleitores e eleitoras são decisivas. “É o voto do eleitor e da eleitora que defende a questão do transporte, alimentação, emprego, saúde, educação, combate à violência. Na hora em que a gente for colocar o nosso voto na urna, a gente tem que ter consciência que a gente está votando por um país mais digno sem homofobia, sem racismo, sem intolerância religiosa. A gente precisa olhar as histórias de cada candidato e candidata. Se esse candidato ou candidata já foi eleito alguma vez, é preciso saber como foi que eles e elas votaram durante o período em que estavam no parlamento”, afirma.

 

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Outras dicas são dadas por Flávia Biroli, professora e pesquisadora do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília e membra do Grupo Assessor da Sociedade Civil Brasil da ONU Mulheres. “É importante a gente discutir com eleitores e eleitoras a falta das mulheres na política. Se não temos uma política que incorpore as mulheres, significa que muita coisa importante do cotidiano de eleitores e eleitoras esteja sendo deixado de lado”, diz. Para quem ainda não definiu o voto, tem mais sugestões. “Observem candidatas e candidatos tendo em mente quais são os interesses, as necessidades que estão presentes no seu cotidiano e as questões específicas que fazem parte do seu universo do dia a dia e como elas estão sendo consideradas por candidatos e candidatas. Pensem no quanto faz diferença um candidato ou candidata que leve em conta a questão do cuidado. Quem é que cuida das nossas crianças? Quem é que cuida dos nossos idosos. Sua candidata, seu candidato tem falado de equipamentos públicos de cuidado? Isso é uma coisa tão importante da vida”.

Marlise Matos, professora e pesquisadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas da Mulher da Universidade Federal de Minas Gerais e integrante do Grupo Assessor da Sociedade Civil Brasil da ONU Mulheres, avalia que a decisão de cada eleitor e eleitora pode mudar os rumos do país. “O eleitorado ainda não percebeu que é importante olhar para candidaturas que estão em sintonia com as questões da sociedade brasileira. Vamos votar nas candidaturas que representam a pluralidade da sociedade brasileira. Ter 10% de mulheres no parlamento não é uma democracia. A democracia exercida na exclusão das mulheres, é uma democracia falha. A gente precisa, eleitorado brasileiro, mais mulheres no poder e mais mulheres negras candidatas no porder, por exemplo, significa pluralidade democrática. São diferentes visões de mundo para transformar”, propõe.

Por sua vez, a advogada e ex-ministra do Tribunal Superior Eleitoral Luciana Lóssio chama ao eleitorado para a responsabilidade pelo voto e pela vida política do país. “É preciso que eleitores e eleitoras estejam atentos à sua responsabilidade. Proponho um desafio: as pessoas que você votou na última eleição foram merecedoras do seu voto? Honraram esse compromisso? É preciso que nós, cidadãos e cidadãs brasileiras, possamos nos comprometer com o exercício sério do nosso direito ao voto”.

A professora da Universidade Federal do Mato Grosso e ativista do movimento negro Maria Inês Barbosa pondera a relação entre voto e projeto político para o país e para os estados e o Distrito Federal. “Um alerta que eu faço é: em quem você está votando? Ao votar, você está votando num projeto. O eleitor e a eleitora tem de estar atentos. É preciso votar no projeto, e não pessoa. É conferir se o projeto tem relação com os nossos direitos”, pondera.

Regina Adami, integrante do Comitê Mulheres Negras Rumo a um Planeta 50-50 em 2030, considera que na hora da decisão do voto é fundamental “votar em pessoas que defendem a justiça social, justiça racial e equidade de gênero”.

#Brasil5050: paridade de gênero na política – Parte das expectativas das mulheres brasileiras para as eleições 2018 e pela igualdade de gênero na política – especialistas em política, gênero, raça, parlamentares e ativistas – são o mote da websérie documental #Brasil5050 da ONU Mulheres Brasil, com cerca de 90 depoimentos que serão publicados nas redes sociais da ONU Mulheres Brasil e do projeto Cidade 50-50 até o final do ano. Os episódios revelam: anseio pela democracia paritária por meio de um #Brasil5050, incentivo às candidaturas de mulheres, responsabilidade de partidos políticos, alerta ao eleitorado brasileiro para voto consciente e caracterização da violência política.

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