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A ONU Mulheres é a organização das Nações Unidas dedicada à igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres.

Brasil

Lideranças mundiais fazem apelo ao fim da violência política contra as mulheres



21.03.2022


Diretora executiva da ONU Mulheres, Sima Bahous, instou os Estados Membros da ONU a tomarem medidas concretas para garantir ambientes seguros para as mulheres exercerem seus direitos políticos 

 

Lideranças mundiais fazem apelo ao fim da violência política contra as mulheres/sima bahous noticias csw

Diretora Executiva da ONU Mulheres, Sima Bahous (ao centro), fala em um evento especial, organizado pelo presidente da Assembleia Geral, dedicado à eliminação da violência política contra as mulheres
Foto: ONU Mulheres/Ryan Brown

 

Em um evento especial paralelo a 66ª Sessão da Comissão da ONU sobre a Situação das Mulheres, que se estende, em Nova Iorque, até 25 de março, lideranças mundiais pediram ações e respostas concretas para acabar com a violência política contra as mulheres em todo o mundo. O encontro foi organizado por Abdulla Shahid, presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas. 

Em sua declaração de abertura, Shahid enfatizou que “a violência política contra as mulheres cria obstáculos adicionais e, às vezes, mortais à participação ativa e significativa das mulheres na política. Devemos fazer mais para eliminar a difusão dessa violência”.

Reem Alsalem, relatora especial da ONU sobre Violência contra as Mulheres, identificou a violência política contra as mulheres como uma tentativa de silenciar as mulheres como agentes políticas e excluí-las da vida política.

Alsalem acusou que a violência política contra as mulheres “ameaça os próprios fundamentos da democracia e da vida democrática e ameaça compensar o impacto positivo das medidas adotadas pelos Estados em diferentes partes do mundo para aumentar a representação das mulheres, partidos políticos, parlamentos e governos. Também mina a capacidade das mulheres de participar plenamente na resolução de conflitos, nos processos de construção da paz e na construção da nação”. 

A diretora executiva da ONU Mulheres, Sima Bahous, instou os Estados Membros da ONU a tomarem medidas concretas para garantir ambientes seguros para as mulheres exercerem seus direitos políticos. 

“Somente quando as mulheres estiverem a salvo da violência e a responsabilização pelos crimes for assegurada, teremos tomadas de decisão mais justas, inclusivas e responsivas. Só assim poderemos avançar na Agenda 2030”, disse Bahous. 

Durante o evento, declarações de altos e altas funcionárias dos Estados Membros chamaram a atenção para a violência política contra as mulheres e deram espaço para que ministras, ministros e especialistas identificassem as barreiras estruturais e normativas existentes, bem como novas oportunidades para eliminar a violência política contra as mulheres. 

Muitos Estados Membros da ONU abordaram as experiências injustas entre gêneros na política, com as mulheres enfrentando mais hostilidade antes e durante seus mandatos do que os homens, o que pode silenciar ou desencorajar as mulheres a participar do processo político. A conscientização sobre os obstáculos e barreiras enfrentados, o compromisso da sociedade com a transformação e o recrutamento do apoio dos homens como aliados na luta contra a violência política contra as mulheres  são fundamentais para reverter o quadro. 

Os Estados Membros também expressaram preocupação com o papel da tecnologia e enfatizaram a responsabilidade que as plataformas de mídia social têm no combate ao discurso de ódio contra as mulheres na política e a necessidade de melhorar os mecanismos para ajudar a combater a violência cibernética contra as mulheres. Elogiaram a Lei de Serviços Digitais da União Europeia, recentemente aprovada, que criminalizará a violência cibernética, incluindo discurso de ódio com base em sexo ou gênero, bem como o compartilhamento não consensual de imagens íntimas. 

Helena Dalli, comissária da União Europeia para a Igualdade, declarou: “Podemos e devemos fazer melhor para garantir que as mulheres tenham participação, representação e voz iguais na política e nos debates públicos e incentivar mais mulheres a participar do debate e construir um mundo de igualdade”.