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A ONU Mulheres é a organização das Nações Unidas dedicada à igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres.

Brasil

“Tocamos o sino da igualdade para que os direitos econômicos das mulheres sejam garantidos”, diz Nadine Gasman na bolsa de valores



12.03.2018


65 bolsas de valores promoveram a cerimônia Ring The Bell (Toque o Sino) em apoio ao empoderamento das mulheres na economia

Assista: vídeo curto | vídeo completo do evento

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Pelo segundo ano consecutivo, Brasil se soma aos principais centros financeiros do mundo engajados com a igualdade de gênero
Foto: Divulgação B3

“A gente tem a oportunidde de chamar atenção do mercado financeiro para a importância de ter políticas, fazer investimentos e facilitar a entrada de mulheres no mercado de trabalho em situações de igualdade com os homens. Hoje, tocamos o sino da igualdade de gênero para que os direitos econômicos das mulheres brasileiras sejam garantidos”, declarou Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres. Ela participou da cerimônia Toque o Sino (Ring the Bell) para aumentar a conscientização sobre negócios com foco no empoderamento econômico das mulheres e as oportunidades para o privado setor para promover a igualdade de gênero e o desenvolvimento sustentável. O evento aconteceu na BM&FBovespa, em São Paulo, no Dia Internacional das Mulheres.

Neste ano, 65 bolsas de valores se uniram ao ato que começou há quatro anos por iniciativa da Federação Mundial de Bolsas de Valores, ONU Mulheres, Pacto Global e parceiros. Em 2017, 43 bolsas promoveram cerimônias nos principais centros financeiros do mundo. Pelo segundo ano consecutivo, o Brasil realizou o evento na capital paulista.

Gasman destacou dados do relatório Tornar promessas em ação, da ONU Mulheres, sobre o monitoramento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. O levantamento revela que mais de 50% das mulheres e meninas urbanas nos países em desenvolvimento vivem em condições em que não possuem pelo menos um dos seguintes: acesso à água potável, instalações de saneamento salubres, moradia adequada e área de estar suficiente. Frisou, ainda, que o fosso de disparidade de gênero em saúde, educação, política e local de trabalho aumentou pela primeira vez desde que os registros começaram em 2006 – passou de 31,7% em 2016 para 32%, conforme o Relatório Global sobre Lacunas de Gênero (2017), do Fórum Econômico Mundial.

“As mulheres são mais propensas a viver em extrema pobreza do que os homens. Esta diferença de gênero atinge até 22% no grupo entre as idades de 25 e 34 anos, os principais anos reprodutivos das mulheres, e destaca o dilema que muitas mulheres enfrentam: conciliação entre renda e cuidado. Nesta área, as medidas e as mudanças políticas são urgentemente necessárias”, salientou Nadine Gasman.

A representante da ONU Mulheres convidou as empresas a se somarem as 158 companhias que aderiram aos Princípios de Empoderamento das Mulheres no Brasil, apoiando uma das cinco áreas prioritárias do mandato da instituição.

Desigualdades e programas de inclusão – Denise Hills, presidenta da Rede Brasil Pacto Global, fez referência às desigualdades de gênero e raça existentes no Brasil como questões a serem enfrentadas. “No Brasil, a discriminação de gênero e raça está na raiz das desigualdades entre homens e mulheres”, assinalou. Ela mencionou os progressos “apresentados para compor a meta do milênio” em que “os direitos econômicos e sociais das mulheres foram os que mais avançaram nas últimas décadas”. Contudo, Hills reforçou a necessidade de compromissos do setor privado com os objetivos globais e observou: “Não dá para fazer nada deixando metade do mundo sem poder”.

Regina Magalhães, gerente sênior de Sustentabilidade e Inovação da Schneider Eletric para América do Sul, comentou que “ empresa percebeu que a diversidade é importante para o seu negócio. E começou a fazer ações efetivas para integrar o processo de inovação com a diversidade. Tem o objetivo mundial de que todas as contratações tenham no mínimo 40% de mulheres. Tem o objetivo de ter 30% de mulheres na liderança da sua organização e de eliminar a diferença salarial entre homens e mulheres até 2020”. Após elencar as metas, revelou as estratégias de alcance. “Esses objetivos são avaliados em todas as reuniões trimestrais de avaliação de resultado. Analisa os resultados financeiros da empresa e analisa os resultados das políticas de igualdade de gênero na empresa. É um tema obrigatório das reuniões de avaliação de resultado”, acrescentou.

Gênero e mercado de capitais – Gilson Finkelsztain, diretor presidente da BM&FBovespa, apresentou alguns dados acerca do setor privado no Brasil. “Em termos de governança, 51% das companhias que compoem o Índice de Sustentabilidade Empresarial tem uma ou mais mulheres nos conselhos de administração. Porém, 31% das companhias ainda não contam com mulheres no conselho nem desenvolveram planos para tal. Ou seja, temos muito a avançar”.

Finkelsztain elencou algumas iniciativas em curso na B3 em favor do empoderamento econômico das mulheres. “Aqui na B3 estamos fazendo a lição de casa em busca da equidade. Em relação a promoções e méritos, em política de RH (recursos humanos), toda a organização segue os mesmos critérios em termos de igualdade de remuneração que considera mercado, remuneração e meritocracia como fatores principais para as decisões, que são tomadas sempre em fóruns colegiados. Nossa nova cultura e valores privilegiam a diversidade, a divergência e o debate de opiniões em um ambiente colaborativo e de respeito”, completou.