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A ONU Mulheres é a organização das Nações Unidas dedicada à igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres.

Brasil

Trajetória política da vereadora Marielle Franco é destacada, em Nova Iorque, na 62ª Comissão da ONU sobre a Situação das Mulheres



21.03.2018


Manifestações ocorreram por parte da diretora executiva da ONU Mulheres, secretária nacional de Políticas para as Mulheres, parlamentares e sociedade civil

Confira: nota pública do Sistema ONU Brasil | nota do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos

 

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Marielle Franco, vereadora e defensora dos direitos humanos no Brasil
Foto: Reprodução internet

 

O bárbaro assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), ocorrido em 14 de março, teve pronunciamentos em painéis da 62ª Sessão da Comissão da ONU sobre a Situação das Mulheres, que acontece até 23 de março, em Nova Iorque. Na quinta-feira (15/3), a secretária-geral adjunta das Nações Unidas e diretora executiva da ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka, declarou nas redes sociais: “A morte de Marielle deve unir-nos na luta contra o ataque violento contra as defensoras dos direitos humanos”. Realizar os direitos humanos das mulheres é um dos propósitos da ONU Mulheres em resposta à Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável, com ação especial em 2018, quando a Declaração Universal de Direitos Humanos completa 70 anos.

No exercício do seu primeiro mandato, a vereadora presidia a Comissão de Defesa da Mulher da Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Seu último compromisso com vida foi em debate com jovens negras como parte da programação de ativismo em torno do Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial, data instituída pelas Nações Unidas.

 

Nas redes sociais, a diretora regional da ONU Mulheres para Américas e Caribe, Luiza Carvalho, manifestou pesar e assinalou o legado da vereadora Marielle Franco. “O tempo de Marielle não acabou, sua vida fortalece para sempre a nossa luta”.

Na CSW62, a secretária de Políticas para as Mulheres do governo brasileiro, Fátima Pelaes, salientou o exercício do mandato da vereadora e pediu um minuto de silêncio em respeito à memória da vereadora Marielle Franco. “Ela estava exercendo o seu papel. Portanto, nós, mulheres, estamos aqui registrando a nossa indignação. Esperamos que o caso venha a ser esclarecido e punido. E que, com o exemplo dessa mulher, que morreu no campo de batalha, possamos alertar para que as mulheres possam continuar travando uma luta para vivermos sem violência”, declarou a secretária.

A deputada Rosângela Gomes (PRB-RJ) também se pronunciou, representando as parlamentares da Comissão de Países de Língua Portuguesa (CPLP). As duas manifestações ocorreram em evento organizado pelo governo brasileiro sobre empoderamento econômico das mulheres rurais.

Pela sociedade civil, Valdecir Nascimento, secretária-executiva da Articulação de ONGs de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB) e integrante do Comitê Mulheres Negras Rumo a um Planeta 50-50 em 2030, manifestou: “a indignação de todas as mulheres negras brasileiras que vêm resistindo. Nós queremos ter direito a falar, direito de participar e queremos construir uma outra democracia”. Valdecir lembrou a violência no campo: “contra as quilombolas. É preciso que a gente possa ir fundo, não podemos tapar os olhos para o que está acontecendo no Brasil”.

CSW – A ONU Mulheres atua como secretariado da Comissão sobre a Situação das Mulheres (CSW), que se reúne, no mês de março, em Nova Iorque, há mais de 60 anos. Participam dos encontros anuais, as autoridades dos mecanismos das mulheres, sociedade civil e especialistas. Na CSW 62, o tema central é “Empoderar Mulheres e Meninas Rurais” e também está discutindo como tema emergente “Mulheres e Mídia”, para verificar os progressos sobre os direitos das mulheres nessas áreas.

São discutidos os avanços e as lacunas na implementação da Declaração e da Plataforma de Ação de Pequim, de 1995, o principal documento de política global sobre igualdade de gênero, e a 23ª sessão extraordinária da Assembleia Geral realizada em 2000 (Pequim + 5), bem como questões emergentes que afetam a igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres. Na CSW, os Estados-Membros acordam sobre novas ações para acelerar o progresso e promover os direitos das mulheres nos campos político, econômico e social. Os resultados e as recomendações de cada sessão são encaminhados ao ECOSOC (Conselho Econômico e Social das Nações Unidas)
para acompanhamento.