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A ONU Mulheres é a organização das Nações Unidas dedicada à igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres.

Brasil

Coletivo Voz das Mulheres Indígenas e ONU Mulheres lançam livro e site em live no Dia Internacional dos Direitos Humanos



09.12.2020


Evento virtual marcado para quinta-feira (10/12), Dia Internacional dos Direitos Humanos, reunirá participantes do coletivo para diálogo sobre os avanços, oportunidades e desafios para o desenvolvimento e a conquista dos direitos humanos das mulheres indígenas

 

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Em 2018, durante o Acampamento Terra Livre, mulheres indígenas aderem à campanha “UNA-SE pelo Fim da Violência contra as Mulheres”
Foto: ONU Brasil/Karina Zambrana

Para tornar públicos os resultados alcançados pelo projeto “Diálogo Nacional das Mulheres Indígenas”, uma cooperação da ONU Mulheres com o coletivo Voz das Mulheres Indígenas, financiada pela Embaixada da Noruega, a ONU Mulheres elaborou o livro e o site Voz das Mulheres Indígenas, publicações que reúnem os resultados e as trajetórias das 23 articuladoras da iniciativa. Esses materiais fazem um balanço das diversas experiências das mulheres indígenas do Brasil e contribuem para um movimento crescente de mulheres indígenas, bem como destacam o impacto da iniciativa na vida das mulheres que fizeram parte do projeto no âmbito dessa parceria. O evento acontecerá nesta quinta-feira (10/12), às 16h, no canal da ONU Mulheres no YouTube.

As publicações servirão também de referência para grupos de mulheres indígenas, organizações da sociedade civil, governos, autoridades, parcerias de desenvolvimento e instituições interessadas em abordagens sobre as relações entre direitos humanos e mulheres indígenas no contexto do desenvolvimento sustentável.

O lançamento ocorrerá no Dia Internacional dos Direitos Humanos, comemorado em 10 de dezembro, para celebrar a data em que a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou a Declaração Universal de Direitos Humanos, em 1948. A data anualmente marca o encerramento da campanha do Secretário-Geral das Nações Unidas, “UNA-SE pelo Fim da Violência contra as Mulheres até 2030”, no Brasil. Em 2020, a ONU Brasil adotou o lema “Onde você está que não me vê? – Somos nossa existência”, para visibilizar a liderança de diferentes grupos de mulheres que agem para prevenir e enfrentar a violência contra as mulheres. Também marca o encerramento dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, uma iniciativa da sociedade civil.

Com o intuito de apresentar os resultados da parceria da ONU Mulheres com o coletivo Voz das Mulheres Indígenas e visibilizar a trajetórias das participantes, o evento desta quinta-feira (10/12) contará com a participação da representante da ONU Mulheres Brasil, Anastasia Divinskaya, e de articuladoras da iniciativa: Ana Patte, do Povo Xokleng (Santa Catarina), assessora parlamentar e representante da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB); Cristiane Julião, do Povo Pankararu (Pernambuco), integrante da Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (APOINME); Samantha Ro’otsitsina, do Povo Xavante (Mato Grosso), integrante da Namunkurá Associação Xavante (NAX); e Simone Terena, do Povo Terena (Mato Grosso do Sul), assessora parlamentar do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL).

O evento será mediado por Joziléia Kaingang, do Povo Kaingang, ativista e defensora dos direitos dos povos indígenas, que participou ativamente das mobilizações para a construção da agenda nacional das mulheres indígenas. Para somarem suas vozes neste importante instrumento de fortalecimento da atuação de mulheres indígenas em espaços de decisão dentro e fora de suas comunidades, estarão presentes o embaixador da Noruega, Nils Martin Gunneng, e a embaixadora da Áustria, Irene Giner-Reichl.

Sobre o Voz das Mulheres Indígenas – A CEDAW – Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres (1979) e a Plataforma de Ação de Pequim (1995) reconhecem que certos grupos de mulheres, além de sofrerem discriminação dirigida contra elas como mulheres, também sofrem múltiplas formas de discriminação com base na raça, identidade étnica ou religiosa, deficiência, idade, classe e outras diferenças que as afetam em grau e maneiras diferentes do que os homens. Adotada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 2007, a Declaração de Povos Indígenas é o acordo internacional mais abrangente sobre os direitos dos povos indígenas e endereça especialmente as necessidades e direitos das mulheres indígenas, conclama ações concretas dos seus países membros para protegê-las e enfrentar níveis desproporcionais de discriminação e violência.

Em 2014, a ONU Mulheres e as mulheres indígenas do coletivo Voz das Mulheres Indígenas elaboraram uma metodologia de consulta inovadora para identificar as demandas e necessidades das mulheres indígenas no país, no âmbito do projeto Diálogo Nacional das Mulheres Indígenas, financiado pelo Ministério das Relações Exteriores do Reino de Noruega, via Embaixada da Noruega no Brasil. O projeto, conhecido como Voz das Mulheres Indígenas, resultou na elaboração da Pauta Nacional das Mulheres Indígenas e, respondendo às reivindicações das ativistas, contribuiu para fortalecer a participação política das mulheres indígenas, sua capacidade de defender políticas e seu conhecimento sobre as normas globais de direitos humanos. A iniciativa alcançou 104 povos indígenas em todo o Brasil. Como resultado, a organização institucional das mulheres indígenas também foi fortalecida: 23 líderes indígenas foram reunidas em uma rede nacional de diálogo e articulação que resultou em uma forte conexão entre essas mulheres e suas organizações locais e na construção conjunta de uma agenda de trabalho.

A realização da I Marcha das Mulheres Indígenas “Território: nosso corpo, nosso espírito”, em 13 de agosto de 2019, é compreendida pelas articuladoras do Voz como um marco que fecha o ciclo aberto em 2015 para a construção da agenda comum das mulheres indígenas. Ao longo desses anos, as indígenas em movimento amadureceram e fortaleceram os modos de atuação política para a defesa dos seus direitos, agregando participantes por meio de um trabalho sistemático que culminou na marcha, uma reunião inédita de 2.500 mulheres indígenas pertencentes a mais de 130 povos. A marcha foi um marco histórico para as mulheres indígenas no que se refere à organização política e visibilidade das demandas dos seus povos.

Acesse o livro Voz das Mulheres Indígenas

Live de lançamento do livro e do site Voz das Mulheres Indígenas
Data: 10 de dezembro de 2020 (quinta-feira)
Horário: 16h
Acesso: Canal da ONU Mulheres Brasil no YouTube (https://youtu.be/FB1AH9LBiP4)

Informações para a Imprensa:
Assessoria de Comunicação da ONU Mulheres Brasil
Isabel Clavelin: isabel.clavelin@unwomen.org
61 98175 6315

Gabriela Pereira: gabriela.pereira@unwomen.org
61 98175-6772