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A ONU Mulheres é a organização das Nações Unidas dedicada à igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres.

Brasil

Em Roraima, ações com refugiadas e migrantes marcam 16 Dias de Ativismo



13.12.2021


No período que lembra importância do enfrentamento da violência contra mulheres, agências da ONU, governo local e sociedade civil uniram esforços na divulgação de canais de denúncia e chamaram a atenção para as diferentes demandas de mulheres e meninas na resposta humanitária

 

Em Roraima, ações com refugiadas e migrantes marcam 16 Dias de Ativismo/violencia contra as mulheres noticias mulheres refugiadas mulheres migrantes igualdade de genero

Formas de proteção e denúncia da violência contra mulheres e meninas foram tema de roda de conversa no abrigo Rondon 4, em Boa Vista (Foto: ONU Mulheres / Paola Bello)

 

Durante os 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra Mulheres e Meninas, lembrados no Brasil entre 20 de novembro e 10 de dezembro, agências da ONU, organizações da sociedade civil e governo de Roraima uniram esforços para alertar sobre o tema e divulgar canais de denúncias. Neste ano, a campanha do secretário-geral da ONU “Una-se pelo Fim da Violência contra as Mulheres” pedia a união de esforços para garantir a vida e a dignidade a todas as mulheres e meninas, inclusive na recuperação da COVID-19. No estado, as atividades incluíram mulheres refugiadas e migrantes.

Em Roraima, a ONU Mulheres está presente por meio do Programa Conjunto Empoderamento Econômico de Mulheres Refugiadas e Migrantes no Brasil, conduzido em parceria com ACNUR e UNFPA, e apoiado pelo Governo de Luxemburgo. Parte das ações dos 16 Dias de Ativismo foi promovida a partir desse programa conjunto.

“A ação conjunta que temos desenvolvido em Roraima, com o Sistema das Nações Unidas no Brasil, a Operação Acolhida, o governo do estado e organizações da sociedade civil, é fundamental para potencializar a atenção às demandas de mulheres e meninas refugiadas e migrantes. A violência de gênero infelizmente ainda é muito presente nos deslocamentos forçados. Por isso, devemos unir conhecimentos e esforços na eliminação dessa violação de direitos”, afirma a gerente do programa conjunto, Mariana Salvadori.

 

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A Casa da Mulher Brasileira foi um dos edifícios iluminados na capital, Boa Vista (Foto: ONU Mulheres / Paola Bello)

 

As atividades conjuntas iniciaram no dia 20 de novembro, com a iluminação do abrigo Rondon 5, em Boa Vista, onde pessoas refugiadas e migrantes aguardam a oportunidade de serem transferidas para outros estados do Brasil, para a integração socioeconômica por meio da interiorização. A iluminação do abrigo foi acompanhada de carros de som que rodaram a capital roraimense com mensagens de alerta e de conscientização à população. Pessoas abrigadas confeccionaram cartazes alusivos ao tema, que foram fixados na entrada do abrigo, iluminado na cor laranja. A iluminação laranja também alcançou a Casa da Mulher Brasileira e a Assembleia Legislativa de Roraima.

Além disso, uma série de ações presenciais e virtuais foram realizadas, como rodas de conversas, oficinas e dinâmicas. No dia 25 de novembro, a ONU Mulheres promoveu duas rodas de conversa com mulheres venezuelanas abrigadas no Rondon 4 e no Rondon 5. O objetivo foi promover o debate sobre desigualdade entre homens e mulheres, o alerta para a violência baseado em gênero, a importância da autonomia financeira para que mulheres saiam do círculo de violência, além da troca de conhecimentos sobre como agir diante desses desafios.

Colaboradoras e colaboradores de organizações que atuam na resposta humanitária em Roraima também receberam treinamento. Nos dias 25 e 26 de novembro, a equipe de ONU Mulheres promoveu dois workshops, com o Exército da Salvação e com o Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados, ambos voltados para reflexões sobre empoderamento econômico, inserção econômico-laboral e de que forma a atenção a mulheres e meninas é fundamental na ação humanitária.

Um dos pontos de atenção durante os treinamentos foi com relação ao empoderamento econômico, inclusive como ferramenta para o enfrentamento da violência de gênero. “É de suma importância a gente ter um olhar mais atento para as mulheres, visto que a maioria das refugiadas e migrantes são mães. A gente percebe essa falta de oportunidade que elas têm no mercado de trabalho, mesmo buscando mais capacitação, mais cursos e atualizações para o trabalho”, afirma Sara Gonçalves, psicóloga do Exército da Salvação.

 

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Responsável pela interiorização da população venezuelana por meio da Operação Acolhida, o Exército Brasileiro reforçou o apoio à campanha dos 16 Dias de Ativismo (Foto: ONU Mulheres / Paola Bello)

 

Foram realizados, ainda, webinários, encontros, palestras e capacitações on-line sobre o tema, exibição de vídeos no Posto de Triagem (PTRIG) e nos espaços seguros de Boa Vista e Pacaraima, rodas de conversa e oficinas nos Centros de Referência da Assistência Social (CRAS) e abrigos.

Criada em 1991, a campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, que completa 30 anos em 2021, já alcançou mais de 300 milhões de pessoas em 187 países. Em todo o mundo, os 16 Dias de Ativismo abrangem o período de 25 de novembro (Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres) e 10 de dezembro (Dia Internacional dos Direitos Humanos). No Brasil, a mobilização se inicia em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, para buscar ações de combate ao racismo e ao sexismo e pelo enfrentamento à violência contra mulheres e meninas negras.

 

Confira, a seguir, vídeo produzido por mulheres atendidas pelo programa conjunto que traz explicações sobre diferentes tipos de violência de gênero: