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A ONU Mulheres é a organização das Nações Unidas dedicada à igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres.

Brasil

Em parceria com a ONU, TV Brasil inicia, nesta 2ª feira, veiculação de série sobre a epidemia da vírus zika e direitos das mulheres



25.07.2016



Repórter Brasil e Caminhos da Reportagem ampliam para a tevê pública conteúdos destacados no programete Viva Maria com Saúde, veiculado na Rádio Nacional da Amazônia, desde março, sobre impacto de gênero da crise sanitária

Em parceria com a ONU, TV Brasil inicia, nesta 2ª feira, veiculação de série sobre a epidemia da vírus zika e direitos das mulheres/

Epidemia do vírus zika impacta a vida das mulheres em várias dimensões
Foto: EBC

Bahia, Paraíba e Pernambuco formam o itinerário que a equipe de jornalismo do Repórter Brasil e do Caminhos da Reportagem, ambos da TV Brasil, percorreu em busca de histórias de mulheres e mães de bebês com síndrome congênita do vírus zika. O conteúdo foi produzido, em meados de maio, por meio da parceria entre a Empresa Brasil de Comunicação, ONU Mulheres, UNFPA (Fundo de População das Nações Unidas) e Secretaria de Políticas para as Mulheres, com assessoria técnica da Organização Panamericana de Saúde/Organização Mundial da Saúde sobre o impacto da epidemia na vida das mulheres.

Cinco matérias serão veiculadas diariamente, de segunda (25) à sexta-feira (29), no telejornal Repórter Brasil, a partir das 21h20, na TV Brasil. Abordam: o histórico da epidemia e desafios persistentes após um ano do surto (25/7), os problemas enfrentados pelas mães de bebês com microcefalia – do abandono de parceiros ao atendimento no sistema público de saúde (26/7), a mudança de significado da gravidez frente ao medo e ameaça da infecção viral e a importância do pré-natal com qualidade (27/7), o acesso a métodos contraceptivos, a discussão sobre interrupção da gravidez e o debate sobre direitos sexuais e direitos reprodutivos (28/7) e o ativismo e a organização das mulheres mães de crianças com doenças congênitas do vírus zika (29/7).

Na quinta-feira (28/7), às 22h, será exibido o programa Caminhos da Reportagem, que destacará a mudança na rotina das mães de bebês com síndrome congênita do vírus zika, em especial a microcefalia; a resposta que foi dada pelas instituições às necessidades das mulheres e a importância da discussão sobre direitos sexuais e reprodutivos. O programa traz, ainda, algumas iniciativas empreendidas pelas próprias mulheres no sentido de se informar, se proteger e se empoderar diante das consequências da epidemia.

Em meados de agosto, outros conteúdos da Bahia, Paraíba e Pernambuco serão veiculados na Agência Brasil sobre vírus zika e direitos das mulheres. De acordo com a jornalista e repórter da TV Brasil, Débora Brito, a incursão jornalística foi desafiadora devido à situação adversa vivida pelas mulheres, reveladora dos efeitos da questão de gênero em crises sanitárias.

“Conhecemos diferentes mães que estão traçando um mesmo enredo de dúvidas, angústia e invisibilidade. Percebemos que a epidemia, que chamou a atenção do mundo todo, tem deixado suas principais vítimas na sombra. Donas de uma vida já difícil, centenas de mulheres pobres, negras, nordestinas agora carregam diariamente seus filhos em busca de uma cura improvável, a não ser pelo amor e fé que professam”, afirma Débora Brito. Outro ponto destacado pela repórter é o esquecimento de si mesmas. “Perguntar para as mães sobre o que desejam para si mesmas deixa um vácuo como resposta, tão absortas que muitas delas estão em cuidar de seus filhos. Desafiadas a pensarem em seus projetos de vida, algumas caem no choro e nem sabem o que falar. Confesso que em muitos momentos eu era a repórter que não sabia o que perguntar”, completa.

A equipe foi composta por mais dois profissionais: o cinegrafista André Pacheco e o assistente técnico de TV Alexandre Souza. Débora lembra do corre-corre da reportagem e da humanização das entrevistas, ressaltados pela cobertura de crise sanitária. “Todos os dias pude ver e sentir a apreensão das mães, mas também fui “contaminada” pela força, resiliência e esperança que elas têm exalado no enfrentamento das consequências da epidemia. Nos corredores de hospitais, nos centros de reabilitação, em casas humildes da periferia, ao som do choro dos bebês, tivemos boas conversas com essas mulheres. No começo tímidas, aos poucos reveladoras”, conclui a jornalista.

Vozes das mulheres
– A primeira fase da mobilização de comunicação começou em março, por meio do engajamento voluntário da embaixadora da ONU Mulheres Brasil, Camila Pitanga, na campanha nacional de comunicação do Ministério da Saúde de combate ao Aedes Aegypti e da série dos programetes de rádio Viva Maria com Saúde, apresentado pela jornalista Mara Régia. Especialistas em gênero, ativistas feministas e profissionais de saúde têm discutido saúde e direitos das mulheres.

Os programetes de rádio são ofertados para cerca de 2.000 emissoras de rádio pela Empresa Brasil de Comunicação. Até o momento, foram produzidos 11 programetes: Luiza Carvalho (ONU Mulheres Américas e Caribe), Emanuele Góes (mulheres negras), Jacqueline Pitanguy (direitos reprodutivos), Débora Diniz (pesquisas científicas e doenças congênitas do vírus zika), Jacira Melo (comunicação em saúde), Jurema Werneck (mulheres negras), Débora Brito(jornalista TV Brasil), Isabel Clavelin (seminário Mulher e Mídia), Thomas Gollop (médico geneticista), Adriana Melo (médica fetal) e Antônio Bandeira (médico infectologista) e o representante do UNFPA, Jaime Nadal.

Materiais informativos
– A segunda fase da mobilização promoveu ação em redes sociais e produção de folhetos e cartazes sobre saúde sexual, direitos sexuais e reprodutivos, com distribuição em unidades básicas de saúde, hospitais, escolas e organismos de políticas para as mulheres: cartões digitais, folheto e cartazes.